Não me recordo bem quando foi que se deixou de “pegar onda” e se passou a “surfar”.
O fato é que o aportuguesamento de mais esse anglicismo gerou como neologismo um outro verbo da 1ª conjugação.
Esse fenômeno ganhou contornos epidêmicos com a popularização dos computadores e disseminação da internet. Verbos e mais verbos, todos da 1ª conjugação, saíram do ambiente da web e continuam a percorrer os teclados: deletar, startar, printar, scanear, zipar, inicializar, teclar, googlear, postar (no sentido de colocar algo na internet e não de remeter algo pelo correio ou posicionar-se), blogar, tuitar... a lista é longa.
E a pergunta que intriga é: por que só são criados verbos da 1ª conjugação? Por que as terminações er, ir e or não são escolhidas para formar os novos verbos? Será que se formou algum estereótipo eufônico relacionado apenas aos verbos em “ar”? O que há de errado com o som de “imprimir” para ter que gerar “printar”?
Estou aguardando o momento em que “bater papo” vire “chatear” e que “usufruir do happy hour” passe a ser “repiorar”. Vai ser estranho ver essa onda sendo surfada.