Sair correndo do Ferry Boat, em Bom Despacho,
para chegar no guichê da Viazul a tempo de conseguir comprar uma passagem de
poltrona, para não ter que viajar em pé até Nazaré;
- andar de "morcego" nos ônibus da Vibemsa
que subiam a Ladeira da Barra ou a Barra Avenida, para não ter que voltar da
praia do Porto e subir a pé até a Vitória (a essa altura do dia não havia mais
dinheiro disponível pra pagar a passagem do ônibus);
- comer pastel do chinês da Carlos Gomes, merenda escolar do
Colégio Luiz Viana, picolé com água do Dique e sanduíche
"comeu-morreu" na geral da Fonte Nova... e sobreviver para repetir a
dose;
- dar espeto no Tatu-Paka, Jereré, Braseiro, e sair picado
sendo perseguido aos gritos de "Pega! Espeto!";
- frequentar xinxim de bofe dançante no Bairro Macaúbas (como
penetra);
- assistir ao filme "Operação Dragão" no Cine
Jandaia e me tornar sparring dos espectadores da fila de trás que reproduziam
os chutes e voadoras de Bruce Lee no recosto da minha poltrona;
- tomar banho na fonte da Ladeira da Preguiça (quando faltava
água no pensionato) junto às moças da difícil vida fácil;
- pular na pipoca do trio de Dodô e Osmar em frente ao Cine
Guarani, receber no olho uma lata de Skol metade cheia (quando a lata era feita
de lata) e tentar sair da muvuca para ir em busca de atendimento médico sem
estar enxergando nada...
- e tantas outras modalidades olímpicas que o meu atual corpo, em perfeito estado de degeneração, nem ousa supor.