segunda-feira, 17 de maio de 2021

Esportes radicais da minha juventude

Sair correndo do Ferry Boat, em Bom Despacho, para chegar no guichê da Viazul a tempo de conseguir comprar uma passagem de poltrona, para não ter que viajar em pé até Nazaré; 

- andar de "morcego" nos ônibus da Vibemsa  que subiam a Ladeira da Barra ou a Barra Avenida, para não ter que voltar da praia do Porto e subir a pé até a Vitória (a essa altura do dia não havia mais dinheiro disponível pra pagar a passagem do ônibus); 

- comer pastel do chinês da Carlos Gomes, merenda escolar do Colégio Luiz Viana, picolé com água do Dique e sanduíche "comeu-morreu" na geral da Fonte Nova... e sobreviver para repetir a dose;

- dar espeto no Tatu-Paka, Jereré, Braseiro, e sair picado sendo perseguido aos gritos de "Pega! Espeto!"; 

- frequentar xinxim de bofe dançante no Bairro Macaúbas (como penetra); 

- assistir ao filme "Operação Dragão" no Cine Jandaia e me tornar sparring dos espectadores da fila de trás que reproduziam os chutes e voadoras de Bruce Lee no recosto da minha poltrona; 

- tomar banho na fonte da Ladeira da Preguiça (quando faltava água no pensionato) junto às moças da difícil vida fácil;

- pular na pipoca do trio de Dodô e Osmar em frente ao Cine Guarani, receber no olho uma lata de Skol metade cheia (quando a lata era feita de lata) e tentar sair da muvuca para ir em busca de atendimento médico sem estar enxergando nada... 

- e tantas outras modalidades olímpicas que o meu atual corpo, em perfeito estado de degeneração, nem ousa supor.