Perguntas a meu neto:
Você sabe o que é um
disco de música? Você sabe o que é discar um número? O que é um orelhão? O que
é um tubo de imagem? Um seletor de canais? O que é um videocassete? O que é
rebobinar uma fita? O que é uma agulha de vitrola?
Poderia continuar esse interrogatório
por essa tarde inteira e não esgotaria as perguntas.
E pensar que a seu pai eu perguntava
se ele sabia o que era um ferro de passar roupa a carvão; uma tramela; um trem
a vapor; um fogareiro a querosene; um leque; um escovão; uma enceradeira; a "friza" do cinema…
Não me lembro de meu pai ter-me
falado de muitas coisas do tempo dele que já estivessem em desuso. Talvez tenha
referido algumas práticas médicas temerárias que felizmente foram abandonadas
(auto-hemoterapia, sangrias, etc), mas em termos tecnológicos, por exemplo, eu
convivi com praticamente tudo que havia na juventude do meu pai.
Depois que eu casei, tenho
testemunhado um vertiginoso movimento de introdução e superação de inovações
tecnológicas, as quais tenho-me esforçado para acompanhar, porque enquanto eu
estiver vivo e capaz de observar e absorver o mundo ao meu redor, este também é
meu tempo.
Para alguém que conviveu com ecos do
paleolítico, Idade Média e Brasil Colonial na infância, é natural
surpreender-se e maravilhar-se com os avanços tecnológicos, como o iPhone em
que essa mensagem está sendo digitada enquanto a tela mostra previews
de incoming messages do Whatsapp e o tocador de música faz soar
limpidamente "The Ballad of John and Yoko".
Temos feito grandes
aperfeiçoamentos no mundo das máquinas e dos aparelhos. Já nas pessoas...
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