Estudo comparativo entre uma coisa e outra, quando confrontadas com algo.
José Roberto Tolentino MD (Meio Distraído)
Especialista em coisas e algos
Fellow do Arembepian Alcoholics
Membro do Council for Counsels, Advices & Suggestions de Nazareth City
Introdução
Há muito tempo um mistério intriga a Ciência, os cientistas, os pesquisadores da FIOCRUZ, os bolsistas do CNPQ e os reprovados em biologia Celular e Molecular: o que aconteceria com uma coisa, quando estivesse defronte de algo?
Inúmeros e escassos trabalhos e esforços hercúleos e amofinados foram levados a cabo, desde que essa pergunta surgiu no crânio fossilizado do Trilobita bahiensis, antes da invasão do vírus da axé-music transformando tudo em larauê, oi, oi, oi e similitudes símias.
As respostas insatisfatórias iam do tudo ao nada ao quase tudo e quase nada, passando pelo sei lá, repita a pergunta e pelo ninguém sabe. Supõe-se, entretanto, que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Este trabalho se propõe a elucidar, de uma vez por todas, esse mistério, essa dúvida atroz que percute os nossos calos calejados. Comedida, humilde e modestamente, pretendemos alargar e arreganhar os horizontes da nossa incipiente e insipiente Ciência, ganhando o Prêmio Nobel, o Pulitzer, o Oscar, o Grammy, O Jovem Cientista, o Troféu Caymmi e outros Prêmios-Awards que aparecerem pela frente.
Revisão Bibliográfica
Author e Al(1) estudaram uma cepa de uma espécie de filo extinto e não conseguiram descobrir muita coisa.
Já Cols(2) encontrou uma certa correlação não muito estreita entre eventos independentes de uma cultura de espécimens indefinidos in vivo e in vitro.
Alumni(3) usando marcadores de satúrnio anelado radioativo171 contaminou-se durante o experimento e não conseguiu levá-lo a termo.
Somebody, citado por Cicrano(4), desautorizou a sua citação aqui.
Quando Author e Al repetiram o experimento de Alumni, obtiveram resultados similares, mas com um êxito letal(5).
O sobrevivente Al et al(6) concluiu que era melhor mudar de ramo de atividade; hoje vende cosméticos, além de usá-los em profusão.
Material e Métodos
Foram estudadas duas ou três dúzias de ambos os três sexos, divididos em grupos de alguns para cada lado, de acordo com suas especificidades.
Os critérios de seleção foram os do técnico da própria, baseados em postulados de autores ancestrais de confiabilidade parcialmente estabelecida.
O grupo controle foi escolhido a esmo, ao acaso e aleatoriamente randomizado, de acordo com Malthus, Descartes, Pitágoras, Eratóstenes e Olga Pereira Mettig.
Para o estudo duplo cego foram descartados Stevie Wonder e Ray Charles por não conseguirem distinguir as cores com boa margem de acerto, apesar de formarem uma dupla cega bem afinada, tocando piano com movimentos pêndulos em direções diferentes para não se chocar. Vários ensaios foram realizados com Jose Feliciano e Kátia, de forma longitudinal e transversal, sem que o intercurso lograsse êxito, por pura desorientação espacial. Para o duplo cego, por fim, optou-se pela equipe econômica de FHC e por aquele juiz que não viu um pênalti escandaloso a favor do Bahia.
Tentou-se conseguir a fórmula da Coca-Cola, mas, apesar dos inúmeros e patéticos apelos, os executivos daquela multinacional sugeriram-nos que usássemos Tubaína.
Os dados foram jogados na tábua e tabulados e nós ficamos encabulados quando deu a pontuação 12, contrariando as previsões e cabalas de Malba Tahan e Oswald de Souza.
Fizemos digressões, agressões e regressões à vida fetal. Para o cálculo, usou-se o teorema do trinômio de Newton Cruz, que nada mais é do que a função logarítmica aplicada às tendências internas e bases do PT. O teste T de Student pareado e não pareado foi considerado ininteligível, dando lugar ao teste da dona de casa com o sabão que lava mais branco.
Por fim, os dados tiveram tratamento estatístico num bom sanatório; encontrou-se a moda, o fora de moda e a última moda, o desvio padrão e os desvios do operário padrão; tudo foi lançado numa planilha para cálculo computadorizado (que ninguém mais é besta de ficar fazendo conta de lápis), numa máquina que estava encostada no laboratório por falta de monitor e CPU, além do teclado.
Resultados
Levando-se em conta o nosso nível de ansiedade, exigência e presunção, temos que confessar que os resultados obtidos foram pífios.
A tabela 1, se tivéssemos conseguido confeccioná-la, mostraria a extensão do nosso equívoco.
A tabelinha 14 (metade do ciclo), associada ao método Billings, falhou miseravelmente (como sempre).
O gráfico em pizza foi devorado avidamente numa madrugada, após uma cervejinha. O gráfico que nos assessorava demitiu-se devido à fuga de capitais do CNPq.
Algo aconteceu durante determinado período, mas não deu pra ver direito. Uma coisa e outra mostraram diferenças intrínsecas e extrínsecas, às vezes.
O grupo controle consumiu 520 comprimidos de Valium 10, enquanto o grupo descontrole se exasperava tomando placebo.
O duplo cego continua aguardando doadores de córnea.
Discussão
- A culpa é sua!
- Culpa minha? Mas foi você quem teve essa idéia esdrúxula!
- Eu, uma zorra! Você é que ficou insistindo. Eu vi logo que não ia dar em nada.
-Você sim! Aquela história de Nobel, Oscar, Grammy... me o brigou a botar até na introdução!
- Ah, mas se tivesse funcionado... você ia querer botar a mão no prêmio, não ia?
- É... ia.
- Tá bom! Agora toma logo o Haldol pra gente voltar a ser um só de novo!
Conclusões
Às vezes é melhor ficar sem saber. Se souber, que não veja. Se vir, que não creia. Se crer, que não sinta. Se sentir, que perdoe e assuma logo.
No meio do cominho tinha uma pedra. Tinha uma pedra na pimenta e cominho. Jamais me esquecerei desse acontecimento, na vida da minha dentina tão desgastada.
Bibliografia
1- Extraviou-se.
2- Idem.
3- Ibidem.
4- Não autorizada.
5- Cópia radioativa (depósito de lixo de Goiânia).
6- Al, Fat et al.: How to become rich by selling Avon and Amway products. People Magazine, Vol. 15, No 12, p. 72-75 (1994).
Apêndice
Foi operado.
Resumo
Vou procurar ser bem sintético, breve, sucinto, conciso, econômico e sumítico em palavras, sem ser prolixo, sem me estender demasiada, desnecessária e cansativamente para o leitor que procura informação condensada, em poucas linhas, sobre o real teor deste trabalho, com poucas vírgulas, que bem poderia ser uma tese de mestrado, doutorado, e só não foi porque se trata de pesquisa básica, não tendo aplicação imediata nem apelo comercial, mas servirá por certo e com certeza de substrato para as gerações futuras e vindouras e, porque não dizer, do porvir, do amanhã, que ninguém sabe qual será nem se será.
Voltando ao assunto principal, à linha mestra, ao fio condutor do raciocínio que deve guiar a explicitação compactada do trabalho em questão, confesso pasmo, boquiaberto, estupefato e atônito, que não tenho palavras para descrevê-lo.
Summary
Nowadays there are some intriguing questions hanging in the air: who are we? Where did we come from? Where are we going to? Who has killed Laura Palmer? Would you pay one million dollars to spend a night with Demi Moore or with Robert Redford? Would you accept such a proposal (for free)? Would you sleep in such a night? Is that a kind of prostitution? Do you mind about it? Don’t you have any moral, you shameless? Do you think the Pope should marry Madre Theresa? Do you consider O. J. Simpson guilty or not guilty for murdering his wife and her lover? Would you accept a cigar from Bill Clinton?
In this study you can be absolutely sure that you won’t find the answers for these issues.
Our results show that is extremely dangerous asking Sharon Stone to break the ice (you know what I mean, don’t you?).
At the very end, we conclude that watching without acting is worthless.
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