domingo, 7 de outubro de 2007

Novamente

NOVAMENTE

 

 

 

Tudo já foi dito

mas eu vou dizer de novo.

 

Que mortes passem obliquamente

dilacerando o texto

expondo o nervo

deixando o verso inacabado.

 

Mortes de renascer mil vezes

até que se conclua o tempo;

até que se satisfaça o fado.

 

O texto nada mais é

do que o início repetido;

do que o fim antecipado.

 

O nervo dilacera o texto

que expõe o verso

que satisfaz o tempo

e que conclui o fado.

 

A morte, como já foi dito,

        passa obliquamente...

                                                         23/02/95

 

 

 

 

COMENTÁRIOS: é mais um poema em que há uma duplicidade ou multiplicidade de sentidos em cada palavra, verso ou expressão. Quando isso acontece, não consigo explicar de forma linear. Alguns tópicos são: construção e desconstrução do poema; a presença constante do tema “morte”; o destino do poeta; e por aí vai. (José Roberto Tolentino)

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