NOVAMENTE
Tudo já foi dito
mas eu vou dizer de novo.
Que mortes passem obliquamente
dilacerando o texto
expondo o nervo
deixando o verso inacabado.
Mortes de renascer mil vezes
até que se conclua o tempo;
até que se satisfaça o fado.
O texto nada mais é
do que o início repetido;
do que o fim antecipado.
O nervo dilacera o texto
que expõe o verso
que satisfaz o tempo
e que conclui o fado.
A morte, como já foi dito,
passa obliquamente...
23/02/95
COMENTÁRIOS: é mais um poema em que há uma duplicidade ou multiplicidade de sentidos em cada palavra, verso ou expressão. Quando isso acontece, não consigo explicar de forma linear. Alguns tópicos são: construção e desconstrução do poema; a presença constante do tema “morte”; o destino do poeta; e por aí vai. (José Roberto Tolentino)
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